domingo, 26 de fevereiro de 2012

Recursos Terapêuticos em Terapia Ocupacional



Para atender as exigências da disciplina Recursos Terapêuticos em Terapia Ocupacional, ministrada pelo professor Dr. José Otavio Motta Pompeu e Silva, no 3º período, fomos convidados a realizar entrevista com um  terapeuta ocupacional. A pergunta que não quer calar: quais os recursos terapêuticos  utilizados em sua prática? 

Na entrevista  procurei conhecer as seguintes questões: o perfil da terapeuta ocupacional, seus locais de trabalho e sua área de atuação - especialidade na qual atua; seu público alvo; como é o seu trabalho no CAPS; há quanto tempo atua nessa função; quais os recursos terapèuticos que utilize em seu trabalho e como se dá o uso destes recursos na prática.

Há cinco anos, a terapeuta ocupacional Deise Fragoso de Almeida Loureiro atende no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Ernesto Nazareth, na Freguesia, na Ilha do Governador. Trabalha, também, no Posto de Saúde de Ramos. Formada pela Sociedade Universitária Augusto Motta em 1995, possui especialização em Saúde Mental, pelo Instituto Philippe Pinel e Psicomotricidade, pela Universidade Cândido Mendes.

No CAPS Ernesto Nazareth atua como Técnico de Referência: faz o atendimento individual, entrevista o cliente e a família, verifica se há necessidadede atendimento familiar, monta o projeto terapêutico, faz visita domiciliar para resgatar clientes, negocia com o cliente o seu projeto terapêutico. Seu público alvo são adultos com transtornos psicóticos e neuróticos graves, que são ouvidos, colocando suas angústias e medos. A família é convidada a participar do processo terapêutico, sendo orientada sobre como lidar com o clente para auxilia-lo em seu processo de organização de sua vida diária.


No projeto terapêutico propõe se o tratamento será: atendimento intensivo – atendimento diário, caso o paciente se encontre em grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, necessitando de atenção contínua; atendimento semi-intensivo - uma vez por semana, podendo ser atendido até doze vezes no mês, caso o sofrimento e a desestruturação psíquica diminua, melhorando a possibilidade de relacionamento, mas o usuário ainda necessita de atenção direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia; ou atendimento não-intensivo - quando o cliente não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. O atendimento poderá ser domiciliar, se necessário.

Para realizar o projeto terapêutico propõe: oficinas terapêuticas, oficinas de geração de renda, assembléias, cursos na comunidade... Prepara estudo de casos para ser apresentado à supervisão. Das assembléias participam os clientes/usuários e a equipe multidisciplinar.
O atendimento é realizado pela equipe multidisciplinar formada por: terapeuta ocupacional, médico psiquiatra, enfermeiro, psicólogo, musicoterapeuta, assistente social, oficineiro, sob supervisão, vinda de fora do CAPS, da SMSDC (Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil). 
Caso o cliente entre em crise, a equipe se reúne imediatamente, para discutir e decidir o procedimento a ser tomado. Em caso de internação decide com o médico e a supervisão, chamando o SAMU.

Trabalha com o usuário/cliente para organizar sua vida diária, através da atuação em oficinas e grupos de trabalho. Caso o cliente/usuário necessite trabalhar a organização de sua vida diária, permanecerá mais tempo no CAPS, inclusive almoçando.

Há no CAPS um espaço de convivência onde todos os profissionais atuam, observando e interagindo com os clientes/usuários, utilizando a música, televisão, trocas sociais e afetivas. Pude observar no dia da entrevista  uma tarde de carnaval, onde os usuários paritipavam ativamente, brincando, conversando enquanto alguns serviam o lanche.



Como recursos terapêuticos propõe e utiliza oficinas que proporcionam interação social, organização, auxiliando o cliente/usuário na estruturação e recuperação de sua autonomia.
Oficinas oferecidas:             
     - literária – realizada sob a responsabilidade da enfermeira - utiliza livros, contos, jornais.
·  - de arte – sob responsabilidade da terapeuta ocupacional - utiliza tintas, papel, lápis cera, pincéis, cartolinas, telas ... - é uma das mais utilizadas devido a facilidade de materiais que são fornecidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
    - com materiais recicláveis - também sob responsabilidade da terapeuta ocupacional - é uma das mais utilizadas pela facilidade de conseguir material.
·  - argila – também sob responsabilidade da terapeuta ocupacional, que aponta a argila como um dos recursos que mais auxilia o cliente na sua organização.
   - de lazer – bingo, festa de aniversariantes, datas festivas – oficineira e nutricionista. Utilizam o espaço de convivência.
   - fuxico e bijouterias - sob responsabilidade da oficineira - é uma oficina de geração de renda.
  - Computador – quando o usuário necessita de alguma informação sobre cursos, trabalho,... utilizam o computador da secretaria com a colaboração da terapeuta ocupacional.
· - Grupos de trabalho - inserção na comunidade – cursos fora, redes sociais, coleta de dados, estratégias, preparação para inserção no trabalho fora. Trabalha os medos do usuário no Grupo, em conjunto com Assistente Social.
·Recursos externos – realizam passeios.
    
No CAPS há um brechó, que funciona sob a responsabilidade da terapeuta ocupacional, com atuação dos usuários, que participam na organização e venda dos materiais, recebendo um percentual por artigos vendidos. O material fabricado pelos clientes/usuários em oficinas de geração de renda e as telas produzidas são vendidas e um percentual da venda fica com o cliente/usuário e uma parte é revertida para compra de novos materiais para realização de novas oficinas.

 Sobre o CAPS

Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

O CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento.

AP 3.1
CAPS II ERNESTO NAZARÉ – Av. Paranapuã, 435 – Freguesia - Ilha do Governador –Tel. 3367-5145.
Diretora: Francileuda Bruguer (Terapeuta Ocupacional)
Coordenador Técnico: Andréa Marcolan (Psicóloga)
Supervisor: Déborah Uhr
Área de atendimento: AP 3.1 (Ilha do Governador)


O prédio abriga um conjunto de pinturas realizadas por Galdino Guttmann Bicho, que retrata a ações dos sanitaristas no combate ao surto de febre amarela que assolou o Rio de Janeiro em finais dos anos 1920.

Galdino Guttmann Bicho foi pintor, ceramista, artista gráfico e arquiteto e teve considerável importância, especialmente durante as primeiras três décadas do século XX.



Links, artigos e manuais sugeridos:
CUNHA, Ana Cristina F. da  e SANTOS, Thais Fernanda dos. A utilização do grupo como recurso terapêutico no processo da terapia ocupacional com clientes com transtornos psicóticos: apontamentos bibliográficos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, Jul-Dez 2009, v. 17, n.2, p 133-146. Acessado no site http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/viewFile/103/68
BEZERRA, Daniele Borges e OLIVEIRA, José Menna. A atividade artística como recurso terapêutico em saúde mental. Boletim da Saúde, v. 16, n. 2, 2002 Acessado no site: http://www.esp.rs.gov.br/img2/v16n2_14atividade.pdf
ALMEIDA, Marcus Vinicius Machado. Arte, loucura e sociedade: ideologias e sensibilidade na terapia ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 5, n.2, p 87-100. Acessado no site
http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/viewFile/103/68


Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Ministério da Saúde . Série F. Comunicação e Educação em Saúde Mental. Brasília, DF:2004. Acessado no site:

domingo, 6 de novembro de 2011

Meu Corpo, Lazer e Trabalho


Na aula do dia 18 de outubro, fomos convidados a refletir sobre nosso Corpo, o Lazer e o Trabalho, nos expressando através da arte.

Segundo Martinelli, "a reflexão na busca do autoconhecimento para a realização pessoal e a participação ativa das pessoas constituem-se como estratégias utilizadas pelo terapeuta ocupacional que concebe a atividade de uma forma mais ampla".

Buscando nosso autoconhecimento iniciamos o
nosso trabalho de reflexão. Cada aluno utilizou 
folhas de papel pardo, medindo 2m x 1,2m,
para desenhar sua silhueta que deveria ser
trabalhada com sucatas, tinta guache, cola,
pincel, lápis cera, durex, tesoura, revistas, barbante, mostrando a reflexão feita por cada um.


Segundo o modelo de ocupação humana, citado por Martinelli em seu artigo, "as pessoas são motivadas a escolher as atividades que completam suas vidas quando impulsionadas pelo subsistema de vontade que inclui os interesses pessoais em buscar satisfação e assim escolher atividades que lhes tragam prazer e bem-estar."

Deitei sobre o papel e a professora Patrícia riscou minha silhueta.Optei por utilizar recortes de revistas, um coração, sacola de presente e caixas de remédios.

Cada um socializou o seu trabalho para o restante da turma.

Coloquei meu sonho: conhecer a França ( na parte da cabeça); minha vida em família (junto ao coração); meu trabalho como professora, que pretendo seguir na mesma trilha (trabalhar com as crianças)  na Terapia Ocupacional e a música - imprescindível em minha vida; o meu lazer - em família, no campo e ou na praia (espalhados pelo corpo); minhas restrições de saúde - representadas pela caixas de medicamentos - nos punhos e tornozelos; os pés com meias, porque o frio impossibilita meus movimentos.

As atividades de lazer são possibilidades de realização pessoal uma vez que dependem da própria escolha e interesse individual. Penso que o trabalho também deva seguir essa linha, para que seja prazeiroso e traga um bem-estar para nossa vida.

É bem difícil refletir sobre o corpo, o lazer e o trabalho, por ser uma reflexão de vida, mas uma reflexão necessária para quem vai trabalhar com o outro.



Sugestão para leitura:

MARTINELLI, Siliani Aparecida. A Importância de Atividades de Lazer na Terapia Ocupacional. In: Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos. Jan/Abr 2011, v. 19, n.1, p. 111-118. 

Trabalho e Lazer - Entrevista com um profissional


Continuando a pesquisa sobre Trabalho e Lazer, fomos convidados a entrevistar um profissional em seu local de trabalho e a observá-lo em sua função.
Minha entrevista e observação foi com a manicure FSF, de 39 anos, solteira, sem dependentes, atuando na profissão há 22 anos. Um dia foi convidada para trabalhar em um salão de beleza e foi lá que aprendeu a fazer unhas.

Trabalha, de 3ª a 6ª feira, nove horas a cada dia e aos sábados, dez horas, totalizando 46 horas semanais. Como dificuldade citou a escassez de clientes de 3ª a 5ª feira e a facilidade é que ganha o que trabalha, pelo que faz. Seu trabalho é prazeiroso e necessário. Aos domingos passeia e se diverte e nas 2ª feiras, folga no salão, aproveitando o dia para cuidar de sua casa.
Sua rotina de trabalho inicia às nove horas e trinta minutos - se tiver cliente, atende, se não tiver assiste televisão. Para trabalhar tem tudo o que precisa em seu ambiente de trabalho, colaborando para melhor realização do mesmo. Considera que sua atividade não causa impacto a sua saúde, mas sabe que atinge a coluna vertebral e a visão, pois outras colegas apresentam esses problemas.

Seu ambiente de trabalho: trabalha em um salão, dividindo a sociedade com mais dois cabeleireiros. O local onde fica o salão é seguro. A receita é pelo trabalho de cada um, retirando um percentual para pagamento das despesas: aluguel, água, luz, material. Os colegas que não participam da sociedade também colaboram com um percentual.
No salão atende a homens e mulheres. Tem um bom relacionamento com os clientes e com os colegas - trabalham juntos há 15 anos .
Em seu ambiente de trabalho, o som de conversas não interfere, só quando tem muita gente. O cheiro das químicas e das tinturas para cabelos incomoda um pouco, pois é alérgica.
Considera o espaço físico ideal - um salão espaçoso, com três cabeleireiros e duas manicures; uma pequena sala para lavar os cabelos e no fundo, uma cozinha e banheiro.
Considera a iluminação suficiente e a ventilação boa - há um aparelho de ar condicionado, mas que nem sempre é ligado.

Seus recursos materiais: A cadeira que utiliza é baixa, mas a considera ideal por ser de baixa estatura e poder apoiar os pés no chão, o que não acontecia quando a mesa era alta. Utiliza em seu trabalho alicates, esmaltes, lixas de unhas e para os pés, acetona, algodão, tesoura, palito para limpeza, cortador, espátulas, creme, toalha, bacia para os pés e as mãos, apoiador para as pernas, caixa para acondicionar esmaltes.
Na sua cadeira há uma gaveta onde guarda seu material. Para os clientes há um banco com três lugares. Há um esterilizador, tipo forninho, para esterilização do material de metal: alicates, espátulas, cortadores, tesoura. As bacias para os pés e para as mãos são de plástico e são lavadas a cada novo cliente. Na dos pés, coloca plástico descartável. Não utiliza luvas.
Seu horário de almoço é de apenas trinta minutos. A cada uma hora ou hora e meia levanta para apanhar água e atender a um novo cliente, são esses os momentos de fazer um pequeno alongamento.

Praia da Guanabara
Ilha do Governador

Seu lazer: Para FSF, lazer é sair, passear, ir à praia, viajar. Ela tem tempo para lazer e este tempo é aos domingos, quando vai à feirinha, à praia e toma umas cervejas. Nas férias, viaja.




Minhas considerações: Quanto ao ambiente de trabalho, considero o espaço com pouca iluminação natural, principalmente no espaço onde estão colocadas as manicures. Minha sugestão seria mudar a posição das cadeiras de trabalho e dos clientes, deixando entrar a luminosidade lateralmente. Quanto aos momentos de alongamento, sugiro, que haja pelo menos duas vezes ao dia, de 15 a 20 minutos de ginática laboral. Outra sugestão seria quanto às bacias, poderiam ser em alumínio, pois facilitaria a esterilização e deveria haver, pelo menos uns cinco jogos.

Acesse os links sobre o trabalho da manicure e seus cuidados:

domingo, 30 de outubro de 2011

Palestra com Daniela Osório

No dia 20 de setembro, Daniela Osório, ex-aluna da nossa professora Patrícia Dorneles, nos relatou suas experiências na residência e durante o intercâmbio que fez em Barcelona.


Sua experiência foi  na Rádio Nikosia, um projeto de comunicação social que contribui para prevenção em saúde mental, lutando contra o estigma sobre os que tem alguma enfermidade mental. A Rádio Nikosia intervem através dos meios de comunicação utilizando rádio, participando de numerosas iniciativas em rádio e televisão, periódicos, universidades, centro culturais e encontros artísticos em instituições psiquiátricas, favorecendo a criatividade e expressão pessoal dos que tenham sido diagnosticados em saúde mental.


Diálogos líricos e delirantes


Ela passou um tempo junto com o pessoal da Rádio e nos relatou a organização para criação dos programas: da vinheta inicial até o fechamento, tudo era dividido e combinado - músicas, poemas, anúncios, espaço para convidados - tudo que uma rádio comum inclui em sua programação. A coordenação e organização dos programas são feitas por pessoas diagnosticadas por instituições psiquiátricas.




A página oficial deles é o blog: radionikosia.blogspot.com/ 

Muito interessante o trabalho e a experiência vivida pela Daniela.

 

Acesse no You Tube: Radio Nikosia, radio libre, mentes libre
                                      by laciudadtomada

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Trabalho e Lazer - Entrevistando na UFRJ

No dia 6 de setembro, a turma se organizou em duplas ou trios. Saímos pela faculdade para realizar quatro ou cinco entrevistas com pessoas que poderiam estar ou não trabalhando,mas não poderiam ser alunos, nem professores, nem técnicos, em uma abordagem simples e objetiva 
  
A entrevista deveria seguir o seguinte roteiro:

NOME:
SEXO:
IDADE:
ESTADO CIVIL:
OCUPAÇÃO:
-O que é lazer para você?
-Qual é o seu tempo para o lazer durante a semana?
-Quais são as atividades de lazer?


Junto comigo estavam a Larissa e o Rodrigo. Realizamos cinco entrevistas.

Entrevista 1 - Entrevistamos DS, com 30 anos, do sexo feminino, solteira, com um filho; sua ocupação - porteiro. Para ela lazer é estar em casa com o filho. Não tem tempo para lazer durante a semana e suas atividades de lazer são passeios na Quinta da Boa Vista com o filho e em parques.

Entrevista 2 - Entrevistamos MDP, de 53 anos, do sexo feminino, solteira, com 8 filhos e sua ocupação é serviços gerais. Lazer para ela é se divertir, passear. Seu tempo durante a semana para o lazer é pouco e suas atividades ficar em casa com os filhos e descansar.

Entrevista 3 - Entrevistamos AMFP, de 52 anos, solteira, do sexo feminino, com 2 filhos, operadora de fotocópia (proprietária). Lazer para ela é viajar, estar com amigos, ir à praia, conversar... Durante a semana seu tempo de lazer se resume a ir duas vezes à academia. Suas atividades de lazer: dançar - realizar movimentos com o corpo; encontrar com amigos, cerveja... Aproveita bem todo seu tempo livre. Finais de semana viaja para Angra dos Reis onde tem casa.

Entrevista 4 - AMSP, com 55 anos, trê filhos, sexo feminino, casada, operadora de fotocópia. Lazer para ela é uma necessidade, mas... Seu tempo para lazer é nenhum durante a semana, só descansando no sofá, vendo televisão. Suas atividades de lazer estão sempre ligadas a eventos beneficentes e muito raramente, cinema. Ouve música todo o tempo, inclusive no trabalho.

Entrevista 5 - FFC, com 32 anos, do sexo masculino, casado, com 2 filhos, porteiro. Lazer para ele é ir à praia, curtir com a família, ficar muito à vontade. Uma vez por semana tem três horas de lazer, quando joga seu futebol. Suas atividades de lazer são: futebol, praia, ficar com os filhos.No final de semana dorme até mais tarde e passeia com os filhos. De madrugada acorda para namorar sua mulher.

Construímos e apresentamos para cada entrevistado o seu relógio diário com as atividades realizadas, onde o lazer não tinha espaço durante a semana ou aparecia apenas como descanso ou um pequeno espaço de tempo para assistir televisão.

Quase todos os entrevistados acordam por volta das quatro horas e trinta minutos, diariamente. Além do trabalho na UFRJ, também realizam atividades domésticas (dupla jornada). Outro item importante é o espaço de tempo para atenção à família, ressaltado por todos os entrevistados. Quando realizam atividades de lazer, a família (filhos e/ou companheiro) está sempre junto.

Fomos convidados a fazer uma ficha de leitura sobre Lazer e Cultura Popular de Joffre Dumazedier, que aponta em seu livro que para uns o lazer reduz-se a um fenômeno complementar ou compensatório do trabalho enquanto para outros é determinador e age sobre o próprio trabalho. Constitui um fato social de alta importância. As férias e finais de semana em família são as maiores oportunidades de lazer. Trabalho e lazer coexistem, um não anula o outro.

“Lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.”

O lazer é inicialmente liberação e prazer e apresenta três funções importantes, que são solidárias e estão intimamente unidas umas às outras:
* descanso;
* divertimento, recreação e entretenimento;
* desenvolvimento.

Link: http://www.webartigos.com/articles/2231/1/Lazer-E-Trabalho/pagina1.html

Leitura: DE MASI, Domenico. O ócio criativo: entrevista a Maria Serena Palieri; tradução Léa
              Manzi. 3ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. Disponível na internet.
             
               DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e Cultura Popular. tradução Maria de Lourdes Santos
             Machado. 3ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. Coleção Debates.



"Grafitando" Camisetas


Utilizando um molde em papel cartão, jornal, colorjet, camisa de malha, estilete, papelão, trabalhamos o "grafite", no dia 30 de agosto.



Escolhi uma bailarina e trabalhei o molde vazado apenas no contorno.

O que é o grafite? A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos, um tipo de inscrições feitas em paredes.

Os grafiteiros criam utilizando tinta spray e trabalham seus desenhos na maior parte das vezes sem moldes.

Para realizar nosso trabalho nas camisetas, utilizamos uma parte dessa técnica: a pintura com tinta spray, só que trabalhamos com molde.


Foi interessante a realização deste trabalho. Minha camiseta ficou  assim "grafitada":




Link: http://www.brasilescola.com/artes/grafite.htm

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Oficinas Corporais em TO


"Pensar o corpo na clínica significa tocá-lo em suas mais diferentes dimensões e entendê-lo como processos que procuram dar formas (sempre transitórias) às intensidades e experiências vividas. Integra-se assim o estudo dp corpo-matéria às questões da vida, às afetações, àquilo que nos mobiliza e produz marcas". (LIBERMAN, 2010)


No dia 16 de agosto, o professor Marcus Vinicius Machado de Almeida nos proporcionou uma aula sobre a importância das oficinas corporais em terapia ocupacional. É preciso conhecer as propriedades corporais e trabalhar a consciência corporal e a expressão.
Segundo Laban, o corpo é visto como o primeiro meio de comunicação do homem em seu processo e contexto evolutivo e propôs que este corpo possui uma linguagem, que pode ser articulada de diversas maneiras e assim produzir diversos significados, sempre reunidos sob a hegemonia do movimento (Miranda). A partir da oportunidade corporal, o terapeuta ocupacional cria possibilidades e roteiros por objetivos para seu paciente, em quatro diferentes níveis:

            * Eu tenho um corpo - desenvolvendo o esquema corporal e a imagem corporal
                                               - trabalhando um lado do corpo de cada vez.
            * Eu me movimento - quando nos movimentamos criamos relacionamentos
                                              mutáveis com alguma coisa, seja um objeto, uma pessoa
                                              ou partes de nosso corpo (Laban).
            * Eu me relaciono.
            * Eu crio.

No desenvolvimento da imagem corporal, todos os estímulos tem que ser significados, ludicamente. Nascemos marcado na significação do corpo pelo outro (Lacan). Inicialmente há uma linguagem simbiótica entre a mãe e a criança. As relações de prazer e afeto são mapeadas pela mãe. A castração desenvolve a própria linguagem corporal.
No desenvolvimento do esquema corporal, trabalha as sensopercepções: exterocepção (cinco sentidos); propriocepção (sentidos de posição e movimento); e interocepção (sensações viscerais). O terapeuta ocupacional estimula os sentidos e orienta a mãe ou o cuidador.


Realizamos uma atividade de propriocepção, utilizando diapasão, colher de pau, escovas, massageador, as mãos.


Em dupla estimulamos um lado do corpo do nosso colega, de cada vez.

A atividade foi bem interessante, possibilitando um relaxamento da parte trabalhada e um conhecimento maior de nosso corpo.




                  

Leitura: Delicadas Coreografias: Apontamentos sobre o Corpo e Procedimentos em uma
            Terapia Ocupacional - Flavia Liberman. Artigo publicado em Cadernos de
            Terapia Ocupacional da UFSCar. Jan-Abr 2010, v.18, n.1, p.67-76.

            ALMEIDA, Marcus Vinicius Machado. Corpo e Arte em Terapia Ocupacional.
            Rio de Janeiro: Enelivros, 2004.

            LIBERMAN, Flavia. Delicadas Coreografias: instantãneos de uma terapia
            ocupacional. São Paulo: Summus, 2008.