terça-feira, 10 de maio de 2011

Nossas máscaras



"A máscara é, possivelmente, o mais simbólico elemento de linguagem cênica através de toda história do teatro. Seu uso, provavelmente, remonta à representação de cabeça de animais em rituais primitivos, quando ou o objeto em si ou o personagem que o usava representavam algum misterioso poder."



Principais funções de uma máscara:
  • esconder a sua identidade;
  • transfiguração;
  • representação de espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres sobrenaturais ou rosto de animais;
  • participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização prática);
  • interação com dança ou movimento;
  • fundamental nas religiões animalistas;
  • mero adereço;
  • prevenir contágios de outras pessoas;
  • disfarce;
  • símbolo de identificação.     
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
 

Nossas máscaras
Em duas aulas foram realizadas atividades de criação de máscaras.

A primeira parte do trabalho consistiu na modelagem da máscara, em gaze gessada sobre nossos rostos. Em dupla, um aluno modelava a máscara no outro. Cortamos a gaze gessada em tiras com larguras de um e dois dedos. Passamos vaselina no rosto do outro, generosamente, cobrimos os olhos com papel ou algodão e, iniciamos a modelagem, colocando as tiras gessadas molhadas até completar, pelo menos, seis camadas.

Minha sensação inicial foi de medo, parecia que iria sufocar. Ao modelar a máscara no rosto da Josiele, a sensação foi muito boa, o trabalho necessitava de calma, paciência e carinho. Procurei modelar com capricho e carinho para que ficasse bem delicada. Percebi, então, que não haveria a possibilidade de sufocamento, permitindo então que o trabalho fosse feito comigo.

A experiência de modelar foi excelente e a de deixar-me modelar foi muito boa também.


Levamos a máscara para casa para que secasse.

Na aula seguinte, realizamos a segunda parte do trabalho. Fomos levados a refletir sobre duas questões: "Como o outro me vê?" e "Como eu me vejo?" Iniciamos a pintura, colocando na parte externa a visão do outro sobre mim e a interna a minha visão.

Ao terminar a pintura, a turma foi dividida em quatro grupos e observamos todos os trabalhos. Cada grupo escolheu uma máscara mais marcante para o grupo e uma que nos tenha marcado individualmente para nos colocarmos a respeito, possibilitando ao outro também se colocar, concordando ou discordando da visão que o grupo teve sobre o seu trabalho.
Esta atividade pode ser realizada em oficinas com adolescentes, trabalhando a igualdade e a diversidade; em atividade que envolva pais e filhos, atividades integradoras.

É uma atividade que proporciona a criação de vínculo, interação e representação. Mexe com sentimentos e sensações. 

Mais duas aulas foram utilizadas para montagem de um painel com a utilização das máscaras.

 Na primeira dessas aulas, cada aluno utilizou oito fios (linhas, lãs, barbante...) e, circulando pela sala, cantando a composição de Paulo Tatti  e Arnaldo Antunes - "O Seu Olhar", unimos nossos fios aos de nossos colegas, fortalecendo os laços de amizade.

Em seguida, amarramos as máscaras, parando frente ao outro, no momento em que a música dizia " O seu olhar, o seu olhar melhora o meu".

O Seu Olhar

Paulo Tatti e Arnaldo Antunes

O seu olhar lá fora
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu 

Onde a brasa mora
E devora o breu
Como a chuva molha
O que se escondeu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu 

O seu olhar agora
O seu olhar nasceu       
O seu olhar me olha
O seu olhar é seu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu 




Na semana seguinte, concluímos a dinâmica da teia e montamos o painel que serviu de fundo para apresentação de músicos no 19 de maio - Dia da Luta Antimanicomial.


Links sugeridos: