Para atender as exigências da disciplina Recursos Terapêuticos em Terapia Ocupacional, ministrada pelo professor Dr. José Otavio Motta Pompeu e Silva, no 3º período, fomos convidados a realizar entrevista com um terapeuta ocupacional. A pergunta que não quer calar: quais os recursos terapêuticos utilizados em sua prática?
Na entrevista procurei conhecer as seguintes questões: o perfil da terapeuta ocupacional, seus locais de trabalho e sua área de atuação - especialidade na qual atua; seu público alvo; como é o seu trabalho no CAPS; há quanto tempo atua nessa função; quais os recursos terapèuticos que utilize em seu trabalho e como se dá o uso destes recursos na prática.
Há cinco anos, a terapeuta ocupacional Deise Fragoso de Almeida Loureiro atende no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Ernesto Nazareth, na Freguesia, na Ilha do Governador. Trabalha, também, no Posto de Saúde de Ramos. Formada pela Sociedade Universitária Augusto Motta em 1995, possui especialização em Saúde Mental, pelo Instituto Philippe Pinel e Psicomotricidade, pela Universidade Cândido Mendes.
No CAPS Ernesto Nazareth atua como Técnico de Referência: faz o atendimento individual, entrevista o cliente e a família, verifica se há necessidadede atendimento familiar, monta o projeto terapêutico, faz visita
domiciliar para resgatar clientes, negocia com o cliente o seu projeto terapêutico. Seu público alvo são adultos com transtornos psicóticos e neuróticos graves, que são ouvidos, colocando suas angústias e medos. A família é convidada a participar do processo terapêutico, sendo orientada sobre como lidar com o clente para auxilia-lo em seu processo de organização de sua vida diária.
No projeto terapêutico propõe se o tratamento será: atendimento intensivo – atendimento diário, caso o paciente se encontre em grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, necessitando de atenção contínua; atendimento semi-intensivo - uma vez por semana, podendo ser atendido até doze vezes no mês, caso o sofrimento e a desestruturação psíquica diminua, melhorando a possibilidade de relacionamento, mas o usuário ainda necessita de atenção direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia; ou atendimento não-intensivo - quando o cliente não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. O atendimento poderá ser domiciliar, se necessário.
No projeto terapêutico propõe se o tratamento será: atendimento intensivo – atendimento diário, caso o paciente se encontre em grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, necessitando de atenção contínua; atendimento semi-intensivo - uma vez por semana, podendo ser atendido até doze vezes no mês, caso o sofrimento e a desestruturação psíquica diminua, melhorando a possibilidade de relacionamento, mas o usuário ainda necessita de atenção direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia; ou atendimento não-intensivo - quando o cliente não precisa de suporte contínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. O atendimento poderá ser domiciliar, se necessário.
Para realizar o projeto terapêutico propõe:
oficinas terapêuticas, oficinas de geração de renda, assembléias, cursos na
comunidade... Prepara estudo de casos para ser
apresentado à supervisão. Das assembléias participam os clientes/usuários e a equipe multidisciplinar.
O atendimento é realizado pela
equipe multidisciplinar formada por: terapeuta ocupacional, médico psiquiatra, enfermeiro,
psicólogo, musicoterapeuta, assistente social, oficineiro, sob supervisão,
vinda de fora do CAPS, da SMSDC (Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil).
Caso o cliente entre em crise, a equipe
se reúne imediatamente, para discutir e decidir o procedimento a ser tomado. Em caso de
internação decide com o médico e a supervisão, chamando o SAMU.
Trabalha com o usuário/cliente para
organizar sua vida diária, através da atuação em oficinas e grupos de trabalho. Caso o cliente/usuário necessite trabalhar a
organização de sua vida diária, permanecerá mais tempo no CAPS, inclusive
almoçando.
Há no CAPS um espaço de convivência onde todos os profissionais atuam, observando e interagindo com os clientes/usuários, utilizando a música,
televisão, trocas sociais e afetivas. Pude observar no dia da entrevista uma tarde de carnaval, onde os usuários paritipavam ativamente, brincando, conversando enquanto alguns serviam o lanche.
Como recursos terapêuticos propõe e utiliza oficinas que proporcionam interação social, organização, auxiliando o cliente/usuário na estruturação e recuperação de sua autonomia.
Oficinas oferecidas:
-
literária – realizada sob a responsabilidade da enfermeira - utiliza livros, contos, jornais.
· - de arte – sob responsabilidade da terapeuta ocupacional - utiliza tintas, papel, lápis cera, pincéis, cartolinas, telas ... - é uma das mais utilizadas devido a facilidade de materiais que são fornecidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
- com materiais recicláveis - também sob responsabilidade da terapeuta ocupacional - é uma das mais utilizadas pela facilidade de conseguir material.
- com materiais recicláveis - também sob responsabilidade da terapeuta ocupacional - é uma das mais utilizadas pela facilidade de conseguir material.
· - argila – também sob responsabilidade da terapeuta ocupacional, que aponta a argila como um dos recursos que
mais auxilia o cliente na sua organização.
- de lazer – bingo, festa de aniversariantes, datas festivas – oficineira e
nutricionista. Utilizam o espaço de convivência.
- fuxico e bijouterias - sob responsabilidade da oficineira - é uma oficina de geração de renda.
- fuxico e bijouterias - sob responsabilidade da oficineira - é uma oficina de geração de renda.
- Computador
– quando o usuário necessita de alguma informação sobre cursos, trabalho,...
utilizam o computador da secretaria com a colaboração da terapeuta ocupacional.
· -
Grupos
de trabalho - inserção na comunidade – cursos fora, redes sociais, coleta de
dados, estratégias, preparação para inserção no trabalho fora. Trabalha os
medos do usuário no Grupo, em conjunto com Assistente Social.
· -
Recursos
externos – realizam passeios.
No CAPS há um brechó, que funciona sob a responsabilidade da terapeuta ocupacional, com atuação dos usuários, que participam na organização e venda dos materiais, recebendo um percentual por artigos vendidos. O material fabricado pelos clientes/usuários em oficinas de geração de renda e as telas produzidas são vendidas e um percentual da venda fica com o cliente/usuário e uma parte é revertida para compra de novos materiais para realização de novas oficinas.
Sobre o CAPS
Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o
acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho,
lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários.
O CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que
convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do
seu tratamento.
AP 3.1
CAPS II ERNESTO NAZARÉ – Av. Paranapuã, 435 – Freguesia -
Ilha do Governador –Tel. 3367-5145.
Diretora: Francileuda Bruguer (Terapeuta Ocupacional)
Coordenador Técnico: Andréa Marcolan (Psicóloga)
Supervisor: Déborah Uhr
O prédio abriga um conjunto de pinturas realizadas por Galdino Guttmann Bicho, que retrata a ações dos sanitaristas no combate
ao surto de febre amarela que assolou o Rio de Janeiro em finais dos anos 1920.
Galdino Guttmann Bicho foi pintor, ceramista, artista gráfico e arquiteto e teve considerável
importância, especialmente durante as primeiras três décadas do século XX.
Links, artigos e manuais sugeridos:
CUNHA, Ana Cristina F. da e SANTOS, Thais Fernanda dos. A utilização do grupo como recurso terapêutico no processo da terapia
ocupacional com clientes com transtornos psicóticos: apontamentos bibliográficos. Cadernos de Terapia
Ocupacional da UFSCar, São Carlos, Jul-Dez 2009, v. 17, n.2, p 133-146. Acessado no site http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/viewFile/103/68
BEZERRA, Daniele Borges e OLIVEIRA, José Menna. A atividade artística como recurso
terapêutico em saúde mental. Boletim
da Saúde, v. 16, n. 2, 2002 Acessado no site: http://www.esp.rs.gov.br/img2/v16n2_14atividade.pdf
ALMEIDA, Marcus Vinicius Machado. Arte, loucura e sociedade: ideologias e
sensibilidade na terapia ocupacional. Cadernos de Terapia
Ocupacional da UFSCar, São Carlos, v. 5, n.2, p 87-100. Acessado no site
http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/viewFile/103/68
Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção
Psicossocial. Ministério da Saúde . Série F. Comunicação e Educação em Saúde
Mental. Brasília, DF:2004. Acessado no site: